O Moleque-Psi fez questão de existir, mesmo quando não vinha a ser sequer um átomo nem uma ideia, na mente, nem um desejo, no corpo, de seu pai. É livro para adultos, diferente do que possa parecer. O eu-lírico vive e fala na periferia dos extremos da cidade grande, com toda a suntuosidade semântica possível de um erudito, em fins do século XX, através de muitos versos e alguma prosa poética.
Nessa periferia, há muitas vielas onde existe um ladrão à espreita; muitos “campinhos” onde se vê os meninos enfiados uns nos outros, tais quais aqueles da obra Futebol, de Cândido Portinari; há botecos transmitindo sons de música estranha ao Moleque-Psi; mas ele permanece o mais do tempo “dentro de casa”, na sua relação com os seus.
A obra versa sobre os estágios do desenvolvimento psicossexual postulados por Freud, fazendo uma espécie de cruzamento, um tanto audaz, com os períodos de desenvolvimento da criança, de Piaget. Para tanto, narra as artimanhas do bebê, assim como as travessuras do moleque e seus impulsos em prol da vida, seja esta narrativa entendida pelo prisma dos estudiosos de Freud seja dos de Piaget, de ambos ou de nenhum.
À época, em que o Moleque-Psi vivia criança, a tecnologia ainda era incipiente no Brasil, de modo que seu desenvolvimento infantil foi praticamente manual, analógico e ricamente sensorial. Ele fala em brinquedos singelos, como chocalhos e chupetas, etc., mas também em quadros, antenas e playgrounds. Diferente da geração net, que visa a “platinar”, nosso herói tinha, por brinquedo e jogo, o próprio sentimento e a própria emoção.
A obra toma de empréstimo o verso livre, modelo que foi amplamente usado por poetas como Manoel de Barros, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, que influenciaram o autor sobremaneira. Certamente, o Moleque-Psi deleitará o leitor em busca de poesia contemporânea, suficientemente livre para romper as amarras e escoar o marasmo existencial de nossa época e, também, de nosso lugar.
Moleque-Psi
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